Seja por uma questão de diversidade ou dificuldade, o educador logo percebe que as crianças não aprendem do mesmo jeito. Cada uma possui um ritmo, suas próprias potencialidades e, em alguns casos, transtornos em graus variados que interferem no desempenho escolar. Nem sempre a boa atuação do professor em sala de aula é suficiente para solucionar o problema, e a família precisa buscar um especialista em Psicopedagogia Clínica.
Mas você sabe o que esse profissional faz? Neste post, vamos falar sobre essa oportunidade de carreira. Explicaremos quais são as possibilidades de atuação e o caminho para atuar nessa função e exercer um impacto na vida de centenas (ou milhares) de pessoas. Veja a seguir!
O que faz um especialista em Psicopedagogia Clínica?
O psicopedagogo clínico é o profissional que, no consultório, desenvolve ações para potencializar a aprendizagem. Sua atuação geralmente é associada a solução de dificuldades escolares de crianças e adolescentes, mas essa concepção tem dois equívocos.
O primeiro mito que precisamos desvendar é o de que o psicopedagogo clínico só trabalha para solucionar dificuldades. Em alguns casos, apesar de menos frequentes, esse profissional ajuda as pessoas a entenderem o próprio estilo e processo de aprendizagem, bem como ferramentas para potencializá-lo.
É por isso que a intervenção psicopedagógica é indicada também para pessoas com altas habilidades, ou seja, superdotadas. Segundo a legislação brasileira, elas têm direito a programas de enriquecimento curricular, aceleração nos anos escolares e agrupamentos diferenciados. O psicopedagogo é fundamental para ajudar esses indivíduos a explorarem todo seu potencial.
O segundo mito que deve ser desvendado é o de que o especialista em Psicopedagogia Clínica trabalha apenas com crianças e adolescentes. Mais uma vez, o público adulto não é o que mais procura o consultório, mas ele pode ser alvo de intervenções para melhorar o desempenho acadêmico ou no trabalho, corrigir lacunas da escolarização inicial e superar dificuldades de aprendizagem.
Até mesmo idosos fazem parte do público-alvo dos psicopedagogos. No consultório, o profissional tem um papel importante na prevenção da senilidade comum ao processo de envelhecimento. Portanto, ele ajuda a preservar a autonomia desse grupo e a capacidade de manter-se ativo e realizando atividades cotidianas complexas.
No entanto, grande parte dos psicopedagogos clínicos realmente têm um público predominantemente infantil e que chega ao consultório com dificuldades escolares. Problemas como dislexia, discalculia, disgrafia e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) estão entre as situações que afetam o desempenho das crianças em sala de aula com maior frequência.
Portanto, o psicopedagogo clínico planeja intervenções para ajudar esses estudantes a superar essas dificuldades e melhorar seu desempenho escolar.
Quais são as atividades do psicopedagogo clínico?
Na clínica, o psicopedagogo desenvolve uma série de atividades elaboradas de acordo com as necessidades de seus pacientes. Portanto, trata-se de uma intervenção totalmente individualizada, planejada após uma avaliação criteriosa. Para isso, o profissional realiza as seguintes atividades:
Avaliação psicopedagógica
Ao receber o paciente com uma queixa ou demanda, o psicopedagogo precisa realizar uma avaliação. Esse trabalho é feito de forma minuciosa e exige várias sessões, pois contempla diversos aspectos: desenvolvimento motor, cognitivo, linguagem, raciocínio lógico-matemático, entre outros. Ao final dos procedimentos, o profissional começa a trabalhar com uma hipótese diagnóstica.
No entanto, o psicopedagogo não avalia um paciente e chega a um diagnóstico sozinho. Ele realiza um trabalho multidisciplinar. O paciente é encaminhado a profissionais como neuropediatra, psicólogo, fonoaudiólogo, entre outros. Em muitos casos, também são solicitados exames de visão e audição, para avaliar se eventuais problemas nessas áreas não estão interferindo no desempenho do aluno.
Ao final de todo esse processo, o psicopedagogo elabora um relatório. Junto com os profissionais consultados, ele identifica possíveis déficits sensoriais (surdez, problemas visuais), cognitivos ou transtornos de aprendizagem que causam o desempenho escolar insatisfatório.
Em alguns casos, a avaliação descobre que a criança não tem distúrbios de aprendizagem. Ela pode apresentar uma dificuldade momentânea devido a lacunas de conhecimento, bloqueios emocionais ou mesmo porque a metodologia da escola não é adequada. Portanto, sua necessidade não é de intervenção psicopedagógica.
Intervenção psicopedagógica
A partir da avaliação, o psicopedagogo cria um plano de intervenção psicopedagógica. Seu objetivo é superar as dificuldades apresentadas e principalmente ensinar o paciente a aprender. A aprendizagem acontece por meio da interação entre estímulo e cognição. Portanto, o profissional utiliza diferentes recursos para gerar esse resultado.
Geralmente, o psicopedagogo utiliza muitas atividades lúdicas para promover a aprendizagem e o desenvolvimento de habilidades cognitivas. Jogos, brincadeiras, atividades motoras e recursos concretos são bastante efetivos para alcançar o resultado desejado.
Com essas intervenções, o psicopedagogo consegue ajudar o paciente a melhorar sua capacidade de atenção, expressão verbal oral e escrita, conceitos lógico-matemáticos (sequência, classificação, correspondência termo a termo, inclusão de classes, conservação etc), bem como a assimilar os conteúdos escolares.
Orientação
Porém, é importante destacar que o psicopedagogo clínico não é o único responsável pelo desenvolvimento do paciente. Quando se trata de uma criança (ou de um idoso), a colaboração de outros agentes é essencial.
Assim, o psicopedagogo precisa trabalhar em sintonia com outros grupos que interagem com o paciente. Se o objetivo é potencializar a aprendizagem de uma criança em idade escolar, é fundamental orientar os pais sobre como ajudá-la da melhor
maneira possível. Também é preciso entrar em contato com a escola e o professor para, em conjunto, estabelecer as melhores práticas para aquele aluno.
Com uma certa frequência, o aluno com distúrbios de aprendizagem apresenta dificuldade em mais de uma área. Nesses casos, o psicopedagogo indica um tratamento multidisciplinar que pode envolver psicólogos, fonoaudiólogos, psicomotricistas e outros profissionais de áreas correlatas.
Na última década, a sociedade tem se tornado mais consciente a respeito das necessidades individuais de aprendizagem. A escola deve ter suas portas abertas para todos os alunos, mas reconhece que alguns deles precisam de uma intervenção especial e individualizada. Por isso, estão dispostas a trabalhar em parceria com o especialista de Psicopedagogia Clínica, e essa é uma área em alta.
Essa consciência a respeito das dificuldades e potencialidades de cada um está ampliando o mercado de trabalho para o psicopedagogo clínico. Muitos educadores estão se especializando na área e tendo uma experiência extremamente gratificante, além de um aumento significativo em seus rendimentos.
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