Na vida real, o que acontece quando uma lâmpada se queima ou quando uma vela derrete até o final do pavio?
Provavelmente, você dirá que elas não conseguem mais cumprir seu propósito, que é iluminar. Esses objetos se tornam sem condições de uso. Também é isso que ocorre com o profissional que enfrenta a Síndrome de Burnout — um problema que afeta muitos educadores.
Mas afinal, por que a tantos professores e profissionais da educação apresentam uma incidência maior da Síndrome de Burnout?
É sobre isso que falaremos neste post. Portanto, se você faz parte dessa categoria ou conhece pessoas que trabalham há muitos anos na área, não perca o artigo e compartilhe com seus contatos!
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O que é a Síndrome de Burnout?
No inglês, burnout é uma palavra que se refere à condição de um objeto que se queimou completamente, até o final, tornando-se sem condições de uso. Essa metáfora infelizmente descreve muito bem os profissionais que chegam a um ponto insustentável de esgotamento físico, mental e psicológico, revelando traços profundos de depressão e estresse crônico.
A Síndrome de Burnout, que é o conjunto desses sintomas, não é exclusiva de profissionais da educação. Em outras áreas de atuação esse problema também existe, mas a incidência em professores assusta: mais de 15% dos docentes apresentam sinais de que chegaram a um nível de estresse crônico incapacitante. Literalmente, estão à beira de um colapso.
Os sintomas da Síndrome de Burnout são:
- completa exaustão física e mental;
- desmotivação;
- dificuldade para realizar atividades do dia a dia, no trabalho e em casa;
- ansiedade;
- dificuldades de concentração;
- dores frequentes (principalmente na cabeça e costas);
- irritabilidade ou variação anormal do estado de humor;
- fraqueza;
- insônia;
- perda de memória (lapsos);
- pessimismo permanente.
Além do sofrimento que a Síndrome de Burnout provoca, ela tem outros efeitos sobre organismo, como a queda na imunidade. Essa consequência, por sua vez, facilita o surgimento de doenças, o que traz um impacto considerável a médio e longo prazos, tanto na carreira quanto na vida pessoal.
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Por que a Síndrome de Burnout afeta tantos educadores?
Não é novidade que exercer o magistério no Brasil é um grande desafio. Além de ensinar, o professor tem um nível de interação intenso com os estudantes. As condições nada ideais das escolas e a indisciplina dos alunos, somadas à falta de reconhecimento da sociedade e à baixa remuneração que dificulta a estabilidade financeira de quem exerce essa profissão são alguns dos fatores que levam ao desenvolvimento desse quadro.
Esses quatro fatores, na verdade, resumem uma complexa teia de desafios enfrentados no dia a dia. O professor tem uma jornada dupla apenas no que diz respeito à atividade docente, sem contar suas outras atividades pessoais e familiares.
Portanto, aquela hora que ele passa diante dos alunos (e que às vezes é extremamente estressante) não se resume a um período de apenas 60 minutos de trabalho. Existe o tempo dedicado ao planejamento, à atualização, à preparação de aulas e recursos didáticos, ao atendimento das exigências burocráticas da instituição de ensino, à formulação e correção de provas, reuniões convocadas e assim por diante.
Os salários baixos levam mais de 60% dos professores a trabalharem em mais de uma escola. Portanto, essa jornada intensa pode até duplicar. Além de todas essas questões, existe ainda a violência em sala de aula — um problema cada vez mais comum e que já afetou mais da metade dos educadores de rede pública em São Paulo, por exemplo.
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Como evitar a Síndrome de Burnout no magistério?
O quadro é complexo e soluções simplistas não são suficientes para garantirem um desfecho satisfatório no que diz respeito ao problema. Muitas mudanças seriam necessárias. A primeira, talvez, é valorização do docente. Com salários mais justos, ele poderia praticar uma carga horária semanal não tão pesada, o que contribuiria para reduzir pelo menos sua exaustão física.
Porém, não se trata apenas de salário. A verdade é que o país precisa de uma transformação cultural profunda, que comece nas famílias e tenha impacto na sala de aula. Estudos mostram que o professor perde 20% do tempo em classe devido à indisciplina dos alunos. Além de prejudicar a qualidade do ensino, esse tipo de situação também é um fator gerador de estresse.
Esses são apenas dois exemplos de medidas necessárias para alterar o quadro da educação e consequentemente, os efeitos negativos da ocupação na saúde do professor. A dificuldade em implementá-las é suficiente para mostrar que, mesmo que o Brasil caminhe nessa direção, o processo pode durar muitos anos. Afinal, mudanças profundas não acontecem da noite para o dia.
Enquanto isso, a única alternativa que o educador tem é tomar o rumo de sua própria carreira nas mãos. Felizmente, nos últimos anos surgiram várias atividades que permitem utilizar o conhecimento pedagógico não só na sala de aula, mas também em empresas e em plataformas de ensino viabilizadas pela internet.
Assim, muitos professores estão trocando o segundo turno em sala de aula
por outras atividades que possibilitam a composição da renda, como a tutoria em Ensino a Distância. Devido ao crescimento dessa modalidade de ensino e o fácil acesso à tecnologia educacional, existe uma forte demanda por profissionais capacitados a realizarem esse trabalho, o que acontece no conforto de casa e sem os mesmos fatores estressantes do magistério.
E não é só isso! O crescimento do Ensino a Distância também tem aberto postos de trabalho nos cursos de graduação, extensão ou mesmo nos programas livres. Desde que sejam especializados, é possível exercer a docência do Ensino Superior. Combinando sua experiência em sala de aula com os conhecimentos recentes da pós-graduação, eles podem contribuir para a formação de muitos profissionais.
Também não podemos nos esquecer da Pedagogia Empresarial ou Corporativa. Em um mercado competitivo, as empresas estão percebendo que a única forma de se destacarem da concorrência é capacitando seus colaboradores. Para isso, elas contratam educadores que desenham projetos de treinamento focados nas necessidades das organizações.
Portanto, quer o educador queira deixar a sala de aula tradicional ou apenas trocar seu segundo turno de trabalho por uma atividade menos desgastante e melhor remunerada, opções não faltam. Essas alternativas não solucionarão o problema da educação no Brasil, mas podem ajudar os professores a darem um novo rumo às suas carreiras e fazer escolhas profissionais que trarão um impacto positivo em sua saúde e qualidade de vida.
E você, já enfrentou ou conhece outros professores que tiveram a Síndrome de Burnout?
Sabia que existem outras opções de carreira que podem ajudá-lo a evitar o problema?
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